segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Para rir um pouquinho...

Clique no link abaixo e veja um vídeo muito criativo que achei esta semana. Vocês vão se divertir...

A dança da rainha... rsrsrs



Aprendendo a não se levar tão a sério!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Torta das rosas!

Para adoçar a primavera, mais um caso inspirado pelas rosas. 
Ótima opção para acompanhar um chazinho...
Trata-se de um doce, mais conhecido aqui no Brasil, como Ninho de Abelhas. 
Não sei qual a origem do nome mas o doce, dizem, é de origem alemã e por isso é um doce comum na região sul do país. Devido a influência no período de colonização. 
Mas, mesmo sendo menos conhecido por aqui, na Itália, tem um doce muito parecido, que o chamam, Torta das Rosas. 
Aliás, qual melhor ninho de abelhas do que nas flores?! 
Enfim, não sei qual receita foi criada primeiro e qual foi inspirada. Eterna discussão. 
Neste caso, fico com a receita italiana. 
Minha mãe sempre fez esse doce em casa, que foi apresentado a ela como Ninho de Abelha. Depois dela ter seguido a receita original, que vão mais ingredientes no recheio e possui uma cobertura de nata, ela viu que fez sucesso mas achou muito pesada a versão e passou a simplificá-la. E foi assim que a conheci.
Apenas recentemente, quando senti vontade de comer este doce outra vez e fui atrás da receita, é que descobri a versão italiana e que, por coincidência, era a mesma simplificada pela minha mãe.
Pesquisei e testei algumas versões da massa e cheguei a minha versão. E é esta que compartilharei. 

 Massa:

 5 gemas
Aproximadamente 600g farinha de trigo
45g de fermento fresco (3 tabletes)
noz moscada
raspas da casca de 1 limão
1/2 xícara de açucar
2 xícaras de leite morno
1 colher de sopa de margarina não muito cheia
1 col. de café de sal 

Dissolva o fermento no açúcar, coloque metade do leite e as gemas, misture. 
Junte o sal e 500g de farinha, raspas da casca do limão (não deixe chegar na parte branca apenas a verde senão amarga) e noz moscada ralada, a gosto. Com o restante do leite e farinha vá colocando aos poucos até que a massa chegue num ponto macio sem ficar dura nem muito grudenta.
Sove um pouco e deixe descansar, coberto, até dobrar de volume. 

Enquanto a massa descansa, faça o recheio:

200g de manteiga extra com sal (um tablete inteiro)
3/4 de xicara de açucar 
1 colher de sopa de essencia de baunilha ou uma colher de sopa de calda bem apurada feita com a fava da baunilha

Deixe a manteiga em temperatura ambiente para facilitar.
Coloque o açúcar, a manteiga e a baunilha numa vasilha. Tente agregar estes ingredientes com uma colher e depois bata até que vire um creme bem fofo e clarinho. Leva um tempo e vai dobrar de volume. Reserve.

Depois de crescida a massa, abra-a com um rolo, de modo que fique um retângulo com um centimetro de espessura.  
Espalhe o creme de manteiga sobre a massa e em seguida polvilhe coco ralado (melhor se for ralado grosso e sem açucar). OBS: Este é o único ingrediente que não consta na receita original italiana e sim na alemã, portanto é opcional, mas eu recomendo colocar. 


Agora enrole como um rocambole.
Corte em fatias de 3 cm cada.

 



Disponha numa forma redonda, deixando espaço entre elas porque vai crescer. Não é necessário untar a forma.

 

OBS: A forma redonda é mais indicada pois, como verão ao final, ficará parecendo um buquê de rosas, fazendo jus ao nome.
A quantidade desta receita, deu duas formas como a da foto.
Leve ao forno médio já aquecido (230º) por 15 minutos, depois diminua para 180º  e deixe até dourar. 


Aproximadamente mais 20 minutos. É rápido mesmo!
E aí está! A minha forma era grande mas se colocar numa forma um pouco menor, quando crescer e assar, o resultado final ficará mais bonito e mais parecido com o buquê de rosas.




Quente é mais gostoso que frio... Hummmm... 
Aceita, com um chazinho?

OBS: Aqui no brasil, há quem acrescente frutas secas ao recheio ou coloque leite condensado por cima, quando sai do forno, ou ainda, quem substitua o recheio por creme de confeiteiro ou chocolate. 
Na receita alemã, depois de assado, acrescenta-se nata adoçada por cima (nata é creme de leite fresco). e retorna uns 3 minutinhos no forno. 

Ainda farei uma versão em homenagem a Rainha de Copas, colocando corante vermelho na cobertura de nata e ao final parecerão as rosas brancas mal pintadas de vermelho, como na história!!! rsrsrs


terça-feira, 23 de setembro de 2014

Porque a Rainha exigia rosas vermelhas?

Ainda no clima da primavera e no assunto flores, não podemos deixar de abrir um espaço exclusivo para as rosas. Gostem ou não, a rosa é uma das flores mais antigas conhecidas pelo homem e ainda é uma das mais populares. 
A rosa está envolvida em muitos aspectos simbólicos, históricos, mitológicos, artísticos, políticos e até comerciais com a produção de perfumes e essências...
Segundo a mitologia grega, a rosa é a flor do amor. Ela foi criada por Clóris, a deusa grega das flores, a partir do corpo sem vida de uma ninfa que ela encontrou certo dia em uma clareira no bosque. Clóris a plantou no solo. Pediu a ajuda de Afrodite, a deusa do amor, que deu à ninfa, a beleza; Dionísio, o deus do vinho, também contribuiu e ofereceu néctar para proporcionar-lhe um perfume doce; E as três Graças também lhe deram, respectivamente, encanto, esplendor e alegria. Depois Zéfiro, o vento oeste, afastou as nuvens com seu sopro para que Apolo, o deus do sol, pudesse brilhar e fazer a planta florescer. E desta forma, a rosa nasceu e, com tanto esmero na sua criação e atributos, foi logo coroada Rainha das flores.
Só por isso poderíamos supor que a Rainha de Copas gostava de rosas? Por se tratar de uma flor igualmente nobre? Mas as possíveis interpretações e significados da rosa vermelha em "Alice no país das maravilhas", podem ir muito além disso.
Falando um pouco da relação das rosas e nobreza, ao longo da história... 
Nabucodonosor usava-as para adornar seu palácio e, na Pérsia, onde elas eram cultivadas por sua essência perfumada, as pétalas eram utilizadas para encher o colchão do sultão. Em Caxemira, os imperadores mongóis cultivavam belos jardins de rosas e as flores eram jogadas no rio para dar-lhes as boas vindas quando voltavam para casa. Mais tarde, as rosas tornaram-se sinônimo dos piores excessos do Império Romano. Os camponeses eram obrigados a plantar apenas rosas em vez de alimentos para satisfazer as exigências de seus governantes. Os imperadores enchiam suas banheiras e fontes com água de rosas, que caíam do teto durante as festividades.
Alguma semelhança com as cartas oprimidas e obrigadas a cultivarem e manterem as rosas vermelhas do jardim da rainha de copas? ...ou...CORTEM AS CABEÇAS!!!
Mas e a cor vermelha?
Ainda segundo a mitologia grega, conta-se que, Afrodite e Perséfone, ambas apaixonadas por Adônis, costumavam compartilhar os "favores" do rapaz. Porém quando Afrodite decidiu ter exclusividade, Perséfone pediu ajuda de Ares, o deus da guerra. 
Um dia, Adônis caçava na floresta e foi fatalmente atacado por um javali. Afrodite correu pra junto dele, arranhando-se em arbustos de rosas brancas. Rosas vermelhas surgiram onde o sangue de Adônis havia respingado e as rosas brancas em que Afrodite se arranhou tornaram-se vermelhas em solidariedade. 
Bom, disso podemos entender porque a rosa é tida como a flor dos enamorados.
Continuando...
Os primeiros cristãos fizeram das rosas vermelhas o símbolo do sangue do mártir, ao passo que as rosas brancas sempre foram associadas à pureza e inocência. Diz-se que a Virgem Maria colocou seu véu pra secar sobre um arbusto de rosas vermelhas que, depois disso, passou a produzir rosas de brancura imaculada.
Hum, certa semelhança com a mitologia grega, mera coincidência?
Agora, falando historicamente, temos a Guerra das Duas Rosas, que foi uma guerra civil ocorrida na Inglaterra entre os anos de 1455 e 1485. Os conflitos ocorreram pela disputa do trono inglês entre duas importantes famílias nobres britânicas: Lancaster e York.
O nome da guerra foi dado em função dos emblemas que representavam estas duas famílias: Casa de Lancaster (rosa vermelha) e Casa de York (rosa Branca). Em 1455, a Inglaterra era governada pelo rei Henrique VI da Casa Lancaster. Com a derrota na Guerra dos cem Anos (1337 a 1453), a administração fraca e os problemas mentais apresentados por Henrique VI, criou-se um clima favorável para a disputa pelo trono inglês. Assim, Ricardo, duque de York, se uniu a vários nobres ingleses e exigiu a renúncia de Henrique VI do trono da Inglaterra. Em 1455, Henrique VI organizou um exército para atacar Ricardo e seu grupo. Teve assim início a Guerra das Duas Rosas. Durante 30 anos, ocorreram várias batalhas e vitórias de ambos os lados. Milhares de ingleses morreram nos conflitos e a Inglaterra ficou praticamente dividida na guerra. Com a derrota e morte de Ricardo III (York) na Batalha de Bosworth (1485), o vencedor Henrique Tudor, um remoto descendente dos Lancaster por parte de mãe e Tudor por parte de pai, foi coroado rei da Inglaterra (Henrique VII). O novo rei conseguiu colocar fim ao conflito militar e a disputa política ao se casar com Isabel de York, unindo desta forma as duas famílias.



Na inglaterra, uma rosa damascena branca e vermelha passou a ser cultivada a partir dessa ocasião e recebeu o nome de Rosa York e Lancaster ou Rosa Tudor.

Anos mais tarde já durante o reinado da rainha Elizabeth I, conhecida como a rainha virgem, foi adotada a Rosa Tudor como seu emblema e ela escolheu  "Rosa sine spina"(Rosa sem espinho) como seu mote. Muitos poetas elisabetanos escreveram sobre ela. Sob o reinado de Elizabeth I floresceram também as artes e a cultura. Foi nessa época que surgiram escritores de renome como William Shakespeare, Christopher Marlowe e Ben Johnson. 
Inclusive, Shakespeare colocou isto em cena, em sua peça Henrique VI, parte de uma trilogia, quando cada um dos lados colheu as rosas no jardim do Templo em Londres. 
A rosa tem sido o emblema nacional da Inglaterra desde então. 
O país é famoso por suas rosas e é raro um jardim que não as tenha. 

Bem, acho que agora podemos entender o porque das rosas ligadas a nobreza e a questão das cores vermelha e branca aparecerem na história de Alice, sendo seu autor e a personagem, quando em seu mundo real, ingleses.
Realmente não podemos subestimar esta obra de Lewis Carroll. É uma das obras mais célebres do gênero literário nonsense
Além dessas relações simbólicas e políticas que acabamos de perceber, dizem os estudiosos, que está repleta de alusões satíricas, dirigidas tanto aos amigos como aos inimigos de Carroll, paródias a poemas populares infantis ingleses ensinados no século XIX e também de referências linguísticas e matemáticas, frequentemente através de enigmas que contribuíram para a sua popularidade. Isso pra não mencionar as frequentes relações feitas com a estética surrealista e a teoria do inconsciente na psicanálise de Freud. 
Porém, a saga de Alice, foi publicada pela primeira vez em 1865 e as primeiras publicações de Freud sobre inconsciente e psicanálise foram a partir de 1891, assim como o surrealismo surge e toma corpo por volta de 1920.
Trata-se então de uma obra, muitas vezes simplificada através de versões, mas de difícil interpretação, pois contém dois livros num só texto: um para crianças e outro para adultos. Este livro possui uma continuação, Alice do outro lado do espelho, e ambos influenciam ainda diversos autores e filmes até hoje.
Na minha opinião, a maior genialidade desta obra está no fato de que todas essas e muitas outras possíveis relações, independente de terem sido engenhosamente colocadas no texto - para uma possível teoria, crítica ou sátira - ou se surgiram espontaneamente por ser uma expressão artística que, de maneira inconsciente, talvez tenha traduzido sua época. - Época que antecedeu e talvez tenha dado origem ao que depois conhecemos como psicanálise, surrealismo, inconsciente coletivo, etc... - O fez brilhantemente. quando escolhe como mote, o personagem de uma menininha curiosa, onde tanto a estética quanto a narrativa se mostram justamente como a cabeça de uma criança funciona, cheia de informações novas, não necessariamente compreendidas de maneira linear e completa mas que, de alguma forma, por intuição e ou criatividade, se dá sentidos e relações.  Maneira essa, capturada nesta obra nos dando a chance de mergulhar e adentrar essa mente, assim como Alice, curiosa, entra na toca do coelho. 
No país das maravilhas, como no nosso inconsciente, mesmo adultos, podemos criar relações e sentidos de muitas ordens, que não só a cotidiana, mesmo que sejam aparentemente nonsenses.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Primavera... as flores se exibem faceiras, por toda parte!






                                                                                                   












 Quem não gosta de flores? Cultivadas, ganhadas, discretas, frondosas, delicadas... Um buquê de campainhas para alegrar a bandeja do café, lírios do vale para festejar a primavera, ou um simples raminho de madressilvas colhidas nas cercas vivas. A atribuição de significado às flores começou na antiguidade. Os romanos homenageavam os heróis com coroas de louros e a mitologia grega relata a criação de muitas flores. Em Hamlet, Ofélia enumera as qualidades das ervas e das flores que leva nos braços. Os poetas sempre exaltaram as virtudes das flores e na época elisabetana começaram a escrever sobre seu significado, mas foram os vitorianos que transformaram em arte as oferendas de flores. E seguiam um novo código floral, com o mesmo entusiasmo dedicado à construção das cidades e à decoração das casas. A escolha da flor era muito importante, o mesmo acontecendo com a maneira de apresentá-la. Colher flores que nós mesmos plantamos traz grande alegria. Os que foram criados e cresceram no campo, com um jardim, conhecem a paixão pela jardinagem e a satisfação de levar as visitas à horta para exibir as plantas que cultiva. Os convidados, não raro, voltam para casa com uma cesta de tomates maduros ou uma bela beterraba. Um gesto de amizade também demonstrado através das flores. 
Espero que mais pessoas cultivem e se enfeitem de flores, colorindo e perfumando suas casas, oque vai torná-las mais acolhedoras e especiais.
Aos 17 anos de idade, por gostar bastante de flores, recebi, de um amigo, um livro chamado "A linguagem das flores" de Sheila Pickles. Foi dele que tirei  tantas informações  sobre elas. Este livro também conta os significados das flores ao longo dos tempos. Quem tiver alguma preferência ou curiosidade sobre o significado de alguma flor em especial, é só mandar uma mensagem que terei o maior prazer em lhes contar oque diz em "A linguagem das flores".
 Minha favorita sempre foram as margaridas que, infelizmente, ainda não consegui cultivar... já tentei mas não vingou... dizem que o seu significado é Inocência. 
Simbolo dos enamorados, delicadas, belas, as flores perfumam e enfeitam o ambiente mas cada uma delas tem seus caprichos, gostos e maneiras próprias. É preciso muita dedicação e cuidados.

Maneira de amar

Carlos Drummond de Andrade

O jardineiro conversava com as flores, e elas se habituaram ao diálogo. Passava manhãs contando coisas a uma cravina ou escutando o que lhe confiava um gerânio. O girassol não ia muito com sua cara, ou porque não fosse homem bonito, ou porque os girassóis são orgulhosos por natureza.

Em vão o jardineiro tentava captar-lhe as graças, pois o girassol chegava a voltar-se contra a luz para não ver o rosto que lhe sorria. Era uma situação bastante embaraçosa, que as outras flores não comentavam. Nunca, entretanto, o jardineiro deixou de regar o pé de girassol e de renovar-lhe a terra, na ocasião devida.

O dono do jardim achou que seu empregado perdia muito tempo parado diante dos canteiros, aparentemente não fazendo coisa alguma. E mandou-o embora, depois de assinar a carteira de trabalho.

Depois que o jardineiro saiu, as flores ficaram tristes e censuravam-se porque não tinham induzido o girassol a mudar de atitude. A mais triste de todas era o girassol, que não se conformava com a ausência do homem. “Você o tratava mal, agora está arrependido?” “Não, respondeu, estou triste porque agora não posso tratá-lo mal. É a minha maneira de amar, ele sabia disso, e gostava.”

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A abóbora se perdeu e se achou no mar, assim como Alice...

Ultimamente tenho visto muitas abóboras morangas por aqui... na estrada, quitandas, etc.
Muito bonitas, graúdas e vistosas...
Não resisti e, semana passada, saí a caça delas, para uma boa receita!
Na dúvida sobre o tamanho a comprar,  acabei comprando uma GRANDE, uma Média e uma pequena! rsrs
A grande, aproveitei uma visita a casa dos meus pais e fiz camarão na moranga. A média, acabei presenteando alguém e a pequena estava até hoje olhando pra mim da fruteira...
Hoje o tempo mudou por aqui e no cair da tarde, o vento gelando as canelas, lembrei da moranga! 

Aguei a boca pensando numa sopinha de abóbora quentinha. Corri colocá-la no forno pois, como sabem, demora assá-la inteira.
Como queria cozinhá-la inteira, lavei bem, cortei uma tampa nela e retirei toda a polpa com sementes. Embrulhei-a no papel alumínio e levei ao forno a 200º ... Sabia que levaria umas duas horas e, enquanto esperava, fiquei pensando quem teria tido a primeira ideia de servir uma iguaria dentro da moranga.
Aproveitei para elucubrar e pesquisar a respeito...


Adoro arte e adoro cozinhar... não só pela alquimia dos sabores e ingredientes mas também pela hora e maneira de servir o prato á alguém... a cenografia da coisa toda... e o prazer de proporcionar prazer através do que foi preparado!


E não é dificil ver a relação da arte de servir com as artes em geral!
Assim como Stela Morato em um artigo no site "Mexido de idéias
".

"A estética na apresentação de pratos já passou por tantos “movimentos” que podemos fazer paralelos com a história da arte. Desde a frugalidade grega à Idade Média, quando se praticava o “Prato Cenário” (com composições que passaram por alegorias quase carnavalescas), até chegar ao minimalismo da nouvelle cuisine e a nanotech da gastronomia molecular.  Os sucessivos animais recheados – codornas dentro de galinhas, patos e perus; ou cervos recheados de cabritos, porcos e carneiros, praticados nas côrtes europeias a partir do século XVI – esbanjavam um empenho cenográfico de deixar qualquer carnavalesco roxo de inveja. É possível acompanhar através da pintura, nas “naturezas mortas”, como essa linguagem de trazer os alimentos à mesa se modificou através dos tempos."

Depois de toda essa elucubração, encontrei uma versão dos fatos, sobre as morangas a mesa!

"Em Ubatuba fica localizada a Ilha Anchieta, é a 2ª  maior ilha do Litoral Norte paulista.O local abrigou na década de 30 um presídio político que foi desativado após uma grande rebelião. As ruínas do presídio que ali funcionou de 1904 a 1955, hoje são um grande atrativo turístico para quem visita a Ilha.Enquanto esteve em funcionamento, mais especificamente no ano de 1945, o presídio recebeu um grupo de presos políticos japoneses. E como é da cultura oriental esse grupo era bastante dedicado ao trabalho em atividades agrícolas e assim deram início ao cultivo de legumes e verduras na Ilha Anchieta. Acredita-se que de tanto andar descalço e comer peixe cru, junto com a falta de higiene que era muito comum nos presídios da época, acabaram adquirindo várias doenças, entre elas a esquistossomose, conhecida como barriga d’água, que é uma infecção por parasitas, muito comum entre pessoas que trabalham no campo. Um médico local sugeriu que tomassem remédios tradicionais, mas o grupo não aceitou e passaram a plantar abóbora. Pra quem não sabe a semente da abóbora é um poderoso vermifugo. E o problema foi resolvido.A novidade fez tanto sucesso que os moradores do continente começaram a comprar as abóboras plantadas na ilha e torrar as sementes para comer e curar suas moléstias. Ocorreu que durante uma das travessias da ilha para o continente uma das abóboras caiu no mar e afundou rapidamente pois havia um furo no lugar do talo. Passadas algumas semanas o fruto reapareceu cerca de 5 km de onde havia afundado, uma senhora que tinha um restaurante na praia da enseada encontrou o fruto e não pensou duas vezes, colocou a abóbora inteira para ser fervida. Ao abrir a tal abóbora descobriu que dentro tinha mais de dois quilos de camarão sete-barbas. Vendo aquilo e como boa cozinheira que era teve a brilhante idéia de retirar as sementes e adicionar cheiro-verde, folha de coentro, tomate, alho e cebola.  Estava descoberto mais um prato típico da culinária caiçara: “Camarão na Moranga”, prato este que passou a fazer parte do cardápio de muitos restaurantes litorâneos espalhados pelo Brasil." (Guia de praias)


Mesmo depois de tanta cenografia culinária, hoje me contento apenas com uma sopinha pra esquentar a noite fria... quem quiser se juntar, aí vai a receita...


Com um fio de azeite, frite um gomo de linguiça calabresa picada.

Depois de dourar bem a linguiça, acrescente uma cebola picada e um dente de alho.
Depois um tomate picado sem pele;
Molho inglês a gosto;
e mostarda escura a gosto.
Quando estiver tudo refogado, junte cebolinha picada e uma colher bem cheia de manteiga e desligue o fogo.
Tire a abóbora do forno, tire o máximo de polpa da parte interna, deixando uma espessura mínima para que a mesma ainda se sustente e coloque a polpa num liquidificador ou processador com um copo de requeijão, sal e ou temperos secos de sua preferência e 
três colheres de sopa de caldo de pimenta em conserva. (Esse detalhe faz toda diferença no sabor. Usei uma conserva de pimentas com um mix  de vários tipos. Dê preferência, neste caso, a conservas em vinagre do que azeite. São mais suaves na picancia  e o azedo combina no sabor.) Pode substituir por molho de pimenta de sua preferência ou pimenta do reino moída  ou ainda pimenta calabresa em flocos etc... fica a gosto.
Bata tudo até ficar um creme homogêneo. Despeje o creme no refogado e ligue o fogo novamente, uns minutinhos para apurar e juntar os sabores. Prove e acerte o sal.
Coloque o creme pronto dentro da moranga e sirva!






segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Uma xícara de chá?

É tarde, é tarde, é tarde... é tarde até que arde...



Tentando organizar as idéias... correndo atrás do coelho... pausa para um chá...

Chá indiano 

Ingredientes: 

1/2 L de água mineral;
3 bagas de cardamomo;
2 paus de canela;
2 cravos da índia;
3 cm de gengibre cortado em rodela;
1 colher de sopa de mel;
100 ml de leite de arroz sabor hortelã.
Inicialmente, coloque todos os ingredientes para ferver em uma panela por 5 minutos, exceto o leite de arroz. Adicione-o por último e depois é só coar e saborear.
Hoje não alcancei o coelho... mas amanhã volto a correr...
"Nós aqui sabemos o que deveríamos ter feito ontem, e sabemos o que devemos fazer amanhã, mas nunca sabemos o que devemos fazer hoje"
Mas...
"Até um relógio parado está certo duas vezes ao dia."
Lewis Carroll

domingo, 14 de setembro de 2014

É tarde, é tarde, é tarde... é tarde até que arde...

Aos 15 anos (1996) "resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer, me libertei daquela vida vulgar..."
...e ingressei no meu primeiro curso de teatro. De lá pra cá não pude mais deixar as artes e venho construindo minha formação, a princípio focada na atuação, mas depois, também através de outros cursos e funções... como modelagem do vestuário e costura, cenografia e figurino, maquiagem e caracterização, artesanatos em geral, prática culinária e  estudo de sua implicação social e histórica, escultura, encadernação e restauro, origami e kirigami, a graduação em Artes do corpo e a pesquisa científica... adquirindo assim novos conhecimentos e técnicas para me expressar... Passei também por uma fase em que lecionei aulas de arte e teatro para crianças e adolescentes. Ótima experiência, bons resultados apesar de grandes dificuldades sociais e institucionais... aprendi e me diverti bastante mas deixei essa missão pra quem realmente ama lecionar. Hoje ainda passeio pelas funções de atriz, cenógrafa, figurinista e artesã. Mas aos 33 anos...
..."Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais... 
...Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais..."
Me mudei para uma chácara no interior de São Paulo, com meu marido e meus três amores caninos... nosso paraíso "Chácara Dama de Copas"
Minha grande paixão ainda é a possibilidade de reorganizar, construir, desconstruir, insinuar, brincar e redimensionar a beleza das coisas, através de todo tipo de material humano ou inanimado... de maneira a concretizar e ou vislumbrar uma imagem passível de causar epifanias. Por absoluta necessidade de, ora revirar, ora expulsar oque se acumula aqui dentro do meu universo particular, em resposta ou pergunta a tantos outros universos. E cada coisa pede um material, uma linguagem, uma via diferente... por isso acabo buscando muitas técnicas diversas... mas no fim, o intuito e necessidade são os mesmos. Muita gente próxima ou família, quando conhecem algum dos meus trabalhos, sempre me diz que eu poderia ganhar muito dinheiro só produzindo coisas com papel, outras com cerâmica, outras produzindo roupas ou objetos de decoração através da costura e customização, que eu deveria criar uma marca, produtos e vender. Que com uma dose de criatividade e habilidade, que dizem não me faltar, eu poderia ser bem sucedida criando uma marca... Todos os meus próximos sabem que vivo de trabalhos avulsos e renda incerta... Eu até acredito no potencial e qualidade das coisas que produzo mas o meu grande problema é a motivação. Sempre que me aventuro a me aprofundar numa técnica e ou material, para um projeto novo, tem uma necessidade artística embutida, que vem de mim ou da provocação e necessidade de alguém e ou um grupo com quem trabalho. E o resultado final que busco, é quase uma obsessão pra alcançar com a maior qualidade possível aquele anseio original. Mas quando atinjo aquela meta, não me interessa reproduzir em série... Meu anseio de concepção já foi alcançado e aí parto pra outra... A minha real satisfação é buscar cada vez mais me alimentar de coisas que me instiguem a devolver em forma de ação artística a maturação do que absorvi... claro que vira e mexe recorro as mesmas ferramentas e ou temas mas com insights diferentes. Então assumo que funciono a base de uma demanda específica, pessoal e ou desafio proposto. Portanto resolvi assumir o que pros amigos e familiares se trata de preguiça empreendedora, como uma questão de foco diferente e tentar organizar, divulgar e valorizar isso melhor. Começando por criar este perfil, um blog, um site, tentando em cada canal organizar melhor as aptidões e quem sabe assim identificar e criar uma marca própria que não produza algo em série, mas sim sob demandas específicas e individualizadas, mesmo que em torno de um único tema ou identidade, que se mostre comercialmente mais promissor. 

Começando com o pé direito...
"Foram me chamar
Eu estou aqui, o que é que há
Eu estou aqui, o que é que há
Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho...
...Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho 
Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho..."