domingo, 14 de setembro de 2014

É tarde, é tarde, é tarde... é tarde até que arde...

Aos 15 anos (1996) "resolvi mudar e fazer tudo que eu queria fazer, me libertei daquela vida vulgar..."
...e ingressei no meu primeiro curso de teatro. De lá pra cá não pude mais deixar as artes e venho construindo minha formação, a princípio focada na atuação, mas depois, também através de outros cursos e funções... como modelagem do vestuário e costura, cenografia e figurino, maquiagem e caracterização, artesanatos em geral, prática culinária e  estudo de sua implicação social e histórica, escultura, encadernação e restauro, origami e kirigami, a graduação em Artes do corpo e a pesquisa científica... adquirindo assim novos conhecimentos e técnicas para me expressar... Passei também por uma fase em que lecionei aulas de arte e teatro para crianças e adolescentes. Ótima experiência, bons resultados apesar de grandes dificuldades sociais e institucionais... aprendi e me diverti bastante mas deixei essa missão pra quem realmente ama lecionar. Hoje ainda passeio pelas funções de atriz, cenógrafa, figurinista e artesã. Mas aos 33 anos...
..."Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais... 
...Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros e nada mais..."
Me mudei para uma chácara no interior de São Paulo, com meu marido e meus três amores caninos... nosso paraíso "Chácara Dama de Copas"
Minha grande paixão ainda é a possibilidade de reorganizar, construir, desconstruir, insinuar, brincar e redimensionar a beleza das coisas, através de todo tipo de material humano ou inanimado... de maneira a concretizar e ou vislumbrar uma imagem passível de causar epifanias. Por absoluta necessidade de, ora revirar, ora expulsar oque se acumula aqui dentro do meu universo particular, em resposta ou pergunta a tantos outros universos. E cada coisa pede um material, uma linguagem, uma via diferente... por isso acabo buscando muitas técnicas diversas... mas no fim, o intuito e necessidade são os mesmos. Muita gente próxima ou família, quando conhecem algum dos meus trabalhos, sempre me diz que eu poderia ganhar muito dinheiro só produzindo coisas com papel, outras com cerâmica, outras produzindo roupas ou objetos de decoração através da costura e customização, que eu deveria criar uma marca, produtos e vender. Que com uma dose de criatividade e habilidade, que dizem não me faltar, eu poderia ser bem sucedida criando uma marca... Todos os meus próximos sabem que vivo de trabalhos avulsos e renda incerta... Eu até acredito no potencial e qualidade das coisas que produzo mas o meu grande problema é a motivação. Sempre que me aventuro a me aprofundar numa técnica e ou material, para um projeto novo, tem uma necessidade artística embutida, que vem de mim ou da provocação e necessidade de alguém e ou um grupo com quem trabalho. E o resultado final que busco, é quase uma obsessão pra alcançar com a maior qualidade possível aquele anseio original. Mas quando atinjo aquela meta, não me interessa reproduzir em série... Meu anseio de concepção já foi alcançado e aí parto pra outra... A minha real satisfação é buscar cada vez mais me alimentar de coisas que me instiguem a devolver em forma de ação artística a maturação do que absorvi... claro que vira e mexe recorro as mesmas ferramentas e ou temas mas com insights diferentes. Então assumo que funciono a base de uma demanda específica, pessoal e ou desafio proposto. Portanto resolvi assumir o que pros amigos e familiares se trata de preguiça empreendedora, como uma questão de foco diferente e tentar organizar, divulgar e valorizar isso melhor. Começando por criar este perfil, um blog, um site, tentando em cada canal organizar melhor as aptidões e quem sabe assim identificar e criar uma marca própria que não produza algo em série, mas sim sob demandas específicas e individualizadas, mesmo que em torno de um único tema ou identidade, que se mostre comercialmente mais promissor. 

Começando com o pé direito...
"Foram me chamar
Eu estou aqui, o que é que há
Eu estou aqui, o que é que há
Eu vim de lá, eu vim de lá pequenininho...
...Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho 
Alguém me avisou pra pisar nesse chão devagarinho..."

Nenhum comentário:

Postar um comentário